terça-feira, 30 de junho de 2015

O perigo dos refrigerantes!

 

fonte da imagem: http://www.comerparacrescer.com/por-que-criancas-nao-devem-beber-refrigerante/

Vídeo alerta sobre perigo de refrigerantes com paródia de comercial da Coca-Cola

Vídeo feito em hospital por centro de pesquisa americano e traduzido em parceria com o Idec muda letra de famoso comercial da Coca-Cola dos anos 70 e alerta para reais consequências do consumo de refrigerantes

Americanos que sofrem de diabetes, cárie dentária, ganho de peso, e outras doenças relacionadas ao consumo de refrigerante estrelaram um remake do icônico anúncio "Hiltop"  feito pela Coca-Cola em 1971, com uma canção sobre a marca. De acordo com a organização americana sem fins lucrativos CSPI (Centro para a Ciência de Interesse Público), chegou a hora de “mudar a sintonia” e também a letra daquela canção, cuja versão brasileira foi traduzida para o português em parceria com o Idec.
ASSISTA O VÍDEO ABAIXO:

O novo vídeo, feito em um hospital americano, é uma justificada manifestação de defensores da saúde que lutam para reduzir a incidência de doenças relacionadas ao consumo de bebidas açucaradas na América e em todo o mundo. "Hilltop" foi ao ar pela primeira vez nos anos 70 e ganhou nova relevância cultural na temporada final da série "Mad Men", na rede de TV AMC, com letras que cantavam “Eu gostaria de ensinar o mundo a cantar em perfeita harmonia. Eu gostaria de comprar Coca-Cola para todo mundo e tê-la em minha companhia.”
"Nos últimos 45 anos, a Coca-Cola e outros fabricantes de bebidas com açúcar têm usado as mais sofisticadas técnicas de publicidade e de manipulação para convencer crianças e adultos de que uma bebida perigosa para a saúde os deixaria alegres e traria bem-estar pessoal", disse o diretor-executivo CSPI Michael F. Jacobson. "É uma campanha de lavagem cerebral de vários bilhões de dólares, feita para nos distrair de preocupações como a diabetes, com pensamentos felizes. Nós pensamos que era hora de mudar essa sintonia”.
Refrigerantes e outras bebidas açucaradas são a principal fonte de calorias na dieta americana e aumenta os riscos de se contrair diabetes, cárie dentária, e ganho de peso: condições experimentadas pelos pacientes do hospital de Dever que participaram no filme.
"O consumo de refrigerante é apenas um dos vários fatores de risco para doenças relacionadas com a dieta, mas é uma dos mais importantes", disse Dr. Jeffry Gerber, um médico do mesmo hospital, que também aparece no filme. "Como um médico que pergunta a seus pacientes sobre suas escolhas alimentares, eu vejo ligação entre o consumo de refrigerantes e doenças crônicas como a diabetes, doenças cardíacas e obesidade todos os dias. É difícil pedir aos pacientes moderem seu consumo de refrigerante quando toda a publicidade, marketing e a presença global destes produtos no mundo incita novamente as pessoas a exagerarem nas bebidas açucaradas".
O vídeo estará disponível com legendas em espanhol, português, francês, hindi e mandarim e será um importante recurso a ser utilizado por organizações que atuam na defesa da saúde ao redor do mundo - onde a Coca-Cola e Pepsi investem bilhões de dólares por ano para promover o consumo de seus produtos.
fonte: http://www.idec.org.br/em-acao/em-foco/video-alerta-sobre-perigo-de-refrigerantes-com-parodia-de-comercial-da-coca-cola

terça-feira, 23 de junho de 2015

Um alerta para as formas de infecção da hepatite C


Muitas vezes não nos damos conta dos riscos que estamos correndo em situações cotidianas


Portadores de hepatite C terão novos medicamentos para tratamento

A hepatite C é uma doença viral, causada pelo vírus C (HCV). A infecção, em casos crônicos, leva a uma grave inflamação do fígado que pode gerar casos de cirrose hepática e até câncer. A maioria das pessoas não sabe que tem hepatite C, pois ela só manifesta sintomas em uma fase muito avançada, geralmente muitos anos depois do contágio.
Para ajudar no tratamento, os pacientes passarão a contar, ainda este ano, com um conjunto inovador de medicamentos. A nova terapia será composta pelo daclatasvir, sofosbuvir e simeprevir. Com estes componentes, o paciente tem uma taxa de cura de 90%, significativamente maior que todos os tratamentos utilizados até o momento, e duração de 12 semanas, contra as 48 semanas de duração do tratamento anterior.
O médico Rogério Alves, que atende os pacientes da Associação Brasileira dos Portadores de Hepatite (ABPH), conta que a incorporação dos novos medicamentos no SUS trará um grande ganho na qualidade de vida de quem sofre de hepatite C. “A importância é imensa. Além do tempo de tratamento ser muito mais curto, ele tem uma chance de cura muito boa. O tratamento anterior cobrava um preço muito caro dos pacientes, com efeitos colaterais que afetam a vida cotidiana. Este tem efeitos colaterais mais leves. O novo medicamento vai ajudar muito na continuidade do tratamento e na quantidade de pessoas que poderemos tratar. Vamos conseguir que os pacientes não desistam e aumentem a possiblidade de cura”.
A transmissão da hepatite ocorre, dentre outras formas, por meio de transfusão de sangue, compartilhamento de material para preparo e uso de drogas, objetos de higiene pessoal - como lâminas de barbear e depilar -, alicates de unha, além de outros objetos que furam ou cortam na confecção de tatuagem e colocação de piercings.
...
Estima-se que no Brasil entre 1,4 a 1,7 milhão de pessoas podem ter tido contato com o vírus, sendo a maior parte na faixa etária dos 45 anos ou mais. Essa concentração em pessoas com mais idade ocorre porque até o início dos anos 1990 não existiam testes capazes de detectar o vírus da hepatite C em transfusões de sangue e os procedimentos de biossegurança. Por isso, o Ministério da Saúde recomenda que toda pessoa com mais de 45 anos faça o teste para detectar o vírus da hepatite C que está disponível no SUS.

Matéria completa no link abaixo:
http://www.blog.saude.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=35646&catid=564&Itemid=101

terça-feira, 16 de junho de 2015

Alergias - como prevenir

Metade da população mundial deve ser alérgica nos próximos 10 anosMetade da população mundial deve ser alérgica nos próximos 10 anos Steve Knight/iStockphoto

No Brasil, estima-se que, nas últimas três décadas, o número de alérgicos tenha aumentado em 50%

Do álcool gel à comida pasteurizada, dos antibióticos ao aspirador de pó, do sabonete bactericida aos banhos diários: a verdade é que nunca estivemos tão limpos. O nosso estilo de vida, que evita ao máximo o contato com micro-organismos que podem causar doenças, está nos deixando cada vez mais imunes às ameaças do ambiente. Mas uma delas, em especial, tem traçado o caminho inverso.
Com uma prevalência cada vez maior na população mundial, a alergia — em suas mais variadas formas — é hoje considerada a doença da vida moderna. Nos Estados Unidos, ela ocupa o quinto lugar no ranking de doenças crônicas. No Brasil, estima-se que, nas últimas três décadas, o número de alérgicos tenha aumentado em 50%.
A estimativa mundial é de que uma em cada três pessoas sofra de algum tipo de reação alérgica — um número muito maior que o da época de nossos avós. E essa incidência, preveem especialistas, pode chegar a alcançar metade da população mundial nos próximos 10 anos.
— Há cerca de quatro décadas, as doenças alérgicas deixaram de ser condições até certo ponto raras, atingindo, nos dias atuais, uma proporção epidêmica, o que as têm levado a ser consideradas um problema sério de saúde pública — explica o alergista e imunologista Giovanni Marcelo Di Gesu, do Hospital Santa Casa de Porto Alegre.
Muitas teorias surgiram ao longo dos últimos anos para explicar o curioso fenômeno, mas cientistas acreditam que agora estão no caminho certo para desvendar a origem do mistério.
Células de defesas mais confusas
Todos somos cobertos de bactérias da cabeça aos pés, por dentro e por fora do corpo. Elas se alojam em nossa pele, cobrem olhos e boca e se multiplicam em nossos órgãos, excedendo, em muito, o número de nossas próprias células.
Ainda que algumas sejam nocivas para o organismo, grande parte delas não só ajuda, como é fundamental para o aprimoramento do nosso sistema imunológico. Para muitos pesquisadores, o estilo de vida moderno, tão asséptico, diminuiu nossa exposição a muitos micro-organismos, impedindo o nosso corpo de aprender, corretamente, quem são os verdadeiros inimigos a combater. Isso causa uma confusão nas nossas células de defesas, que podem passar a reagir violentamente (na forma de uma alergia) a coisas que não nos causam mal, como um amendoim, uma flor ou até mesmo o pó.
Chamada de "hipótese da higiene", essa teoria já existe há algum tempo e ainda causa alguma controvérsia no meio acadêmico, mas estudos recentes têm se unido a uma gama de pesquisas que convergem nos resultados.
Um dos últimos foi conduzido pela Universidade de Helsinque, na Finlândia. Para demonstrar que a falta de contato com a natureza poderia estar contribuindo com o aumento do número de pessoas asmáticas, alérgicas e portadoras de outras doenças inflamatórias, pesquisadores monitoraram os hábitos de vida de 118 adolescentes no leste do país. Como resultado, encontraram que aqueles que viviam em regiões mais verdes, como fazendas ou próximos de florestas, possuíam uma maior diversidade bacteriana na pele e uma menor sensibilidade a alérgenos do que adolescentes que viviam em áreas urbanas. As conclusões, publicadas na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), somam-se a diversas pesquisas que seguem na mesma linha.
— Já se sabe que o fato de não apresentarmos infecções tão frequentes como antigamente leva nosso sistema imunológico a não desenvolver células reguladoras, que inibem tanto as alergias como as doenças autoimunes. Essas reações que observamos hoje são manifestações de um sistema desregulado, menos tolerante a fatores externos — complementa o alergista Momtchilo Russo, consultor da Sociedade Brasileira de Imunologia.
Especialistas dão algumas dicas de como se prevenir. Confira

Fontes: Leandra D'orsi Metsavaht, membro da Diretoria da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Mariana De Sampaio Leite Jobim, alergista e imunologosita do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e Graham Rook, microbiologista e professor da Universidade de Londres.
fonte: http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/vida/noticia/2015/06/metade-da-populacao-mundial-deve-ser-alergica-nos-proximos-10-anos-4775635.html

sábado, 13 de junho de 2015

A boa alimentação é a base da saúde!

Seis dicas para preservar vitaminas no cozimento de legumes e verduras

Ao cozinhar verduras e vegetais, eles perdem alguns de seus nutrientes
O consumo frequente de vitaminas e antioxidantes ajuda a prevenir doenças cardiovasculares, neurodegenerativas e de vários tumores.
Prova disso é a longevidade associada à dieta mediterrânea, rica nesses nutrientes, presentes em verduras e legumes.
No entanto, as qualidades desses vegetais podem se perder na água quando são cozidos na panela.
Um estudo espanhol divulgado pela publicação científica Journal of Food Scienceconcluiu que colocar as verduras para ferver – uma das formas mais comuns de se prepará-las – faz com que elas percam uma quantidade significativa de vitaminas e outros antioxidantes.
"A maioria das verduras são consumidas cozidas, então de um ponto de vista prático, era uma preocupação para nós saber se depois de submetê-las a procedimentos domésticos habituais, seus nutrientes eram mantidos, ou se só estaríamos consumindo calorias", explicou María Antonia Murcia, da Universidade de Nutrição e Bromatologia de Múrcia, uma das autoras da pesquisa.
A conclusão principal do trabalho foi que a água "não é a melhor amiga da cozinha" quando se trata de preparar verduras e hortaliças.
O calor e outras condições relacionadas com o cozimento podem acabar com os nutrientes das verduras.

Nutrientes

Segundo um estudo da Universidade de Akron, nos Estados Unidos, a vitamina K é resistente ao calor. As fontes alimentícias da vitamina K incluem hortaliças de cor verde, como couve, espinafre, nabo, acelga, folhas de mostarda, salsa, alface romana e alface de folha verde, além de verduras como couve-de-bruxelas, brócolis, couve-flor e repolho.
No entanto, muitas outras vitaminas, incluindo A, C, B-1, B-2 e o ácido fólico – que estão em vegetais de folhas verdes - são sensíveis ao calor e podem se perder ao cozinhar e ferver a verdura no vapor.
Por outro lado, outras vitaminas e nutrientes podem ficar intactas, mas acabam ficando na água. Neste caso, pode-se utilizar a água do cozimento para temperar o prato ou simplesmente beber o caldo onde estão todos os antioxidantes.
Há algumas recomendações que podem ser seguidas para diminuir a perda de nutrientes na hora de cozinhar os alimentos

Dicas

A perda de nutrientes por cozimento pode ser reduzida seguindo algumas recomendações, segundo a Associação Espanhola de Nutricionistas.
  • - Descasque e corte os alimentos pouco antes de prepará-los para o consumo
  • - Deixe de molho por pouco tempo
  • - Espere a água ferver para colocar os alimentos
  • - Coloque uma pequena quantidade de vinagre ou suco de limão na água onde estiver cozinhando
  • - Cozinhar os legumes 'al dente' e esfriá-las o quanto antes
  • - Aproveitar a água que cozinhou as verduras para fazer outros alimentos

fonte: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/06/150610_verduras_nutrientes_rm

terça-feira, 9 de junho de 2015

Exercitando o cérebro!!

Academia para o cérebro' no Japão melhora a mente e cria idosos 'feras' em matemática

A octogenária Endo Tokiko é a estrela entre os alunos de Kawashima
Endo Tokiko mora em Sendai, a maior cidade da região de Tohoku, no Japão. Acho que ela não vai se importar por eu dizer sua idade. Com certeza, ela própria está contando para todo mundo como foi que, aos 80 anos, venceu, humilhou - ou, melhor ainda -, destroçou um britânico com a metade da sua idade, sem grandes dificuldades.
Viajei para Sendai para me encontrar com Ryuta Kawashima, um neurocientista japonês dedicado a mapear as regiões do cérebro que controlam emoções, linguagem, memória e conhecimento.
Ele é muito conhecido em círculos acadêmicos. Mas também tem um grupo de admiradores formado por milhões de crianças e adultos que o conhecem como o professor do jogo de videogame Brain Game, da Nintendo.
A fama de Kawashima começou a crescer após a publicação de seu livro Treine o seu Cérebro, que teve mais de 2,5 milhões de cópias vendidas. Depois dele, vieram mais títulos, o que acabou despertando o interesse da Nintendo. Foi assim que o programa de treinamento do cientista acabou transformado em um jogo com 19 milhões de cópias vendidas.
Pesquisador do Centro para o Envelhecimento Inteligente da Universidade de Tohoku, Kawashima trabalha agora com grupos de idosos, investigando formas de manter seus cérebros ativos por mais tempo.

Benefícios

Ryuta Kawashima | Foto: AFP
"Academia cerebral" testa a hipótese de que exercícios podem reverter processos de envelhecimento
Kawashima acredita que a plasticidade do cérebro – a habilidade deste de se transformar – não existe apenas nos jovens, mas também em pessoas que têm demência.
Uma de suas preocupações é que o uso crescente de computadores torne nosso cérebro preguiçoso. Ou, em outras palavras, que o mundo moderno esteja nos emburrecendo.
Embora as teorias de Kawashima sejam vistas com algum ceticismo entre profissionais da área, seu trabalho é popular. E poderia beneficiar tanto pacientes com demência como a população em geral.
Kawashima crê que fazer certos exercícios simples, feitos com frequência, possam ajudar a reverter alguns processos de envelhecimento em funções cerebrais.
Fazer contas de somar ou subtrair não apenas nos torna melhores em matemática, ele disse. Também nos ajuda a lembrar nomes e o lugar onde deixamos a chave de casa, e faz com que nosso cérebro tenha desempenho cada vez melhor em tudo o que faz.
Três vezes por semana, um grupo de idosos moradores de Sendai vai à "academia cerebral" de Kawashima para treinar em ambiente controlado.
Eu participei de uma das sessões.
Com um monitor acoplado à minha cabeça, competi contra a estrela dos alunos de Kawashima – a Endo Tokiko, mencionada no início desta reportagem.
Durante a competição, a octagenária não demonstrou qualquer emoção. Parecia tranquila, em controle. Olhava para a frente, sem sorrir.
"Podem virar a folha e começar", disse Kawashima – uma frase que eu não ouvia há muitos anos.
Corri durante as dez primeiras perguntas, ganhando confiança ao ver que a prova ia ser mais rápida do que eu esperava. Achei que ia vencer fácil.
Mal percebi quando Tokiko começou a segunda página. Não queria olhar na direção dela para não me atrasar.
Foto: BBC
Kawashima é conhecido como o professor de um famoso jogo de videogame da Nintendo
Terminei a primeira parte e me arrisquei a olhar de esguelha para minha oponente. Ela já terminava a prova enquanto eu havia completado apenas a primeira parte.
Com um sorriso quase imperceptível, colocou o lápis sobre a mesa e olhou para Kawashima. Não era preciso dizer nada, mas, mesmo assim, o cientista gritou, em voz alta: "Ganhou Tokiko!"

'Com a mão nas costas'

Eu não podia acreditar que tinha sido derrotado de forma tão contundente.
E não foi só isso. Uma análise de nossa atividade cerebral durante o exercício revelou algo ainda mais surpreendente: enquanto eu usei todas as minhas armas mentais - o monitor no meu cérebro parecia um céu iluminado por fogos de artifício – o monitor de Tokiko revelou que ela usava uma porção mínima de sua capacidade mental.
Kawashima me explicou que minha oponente não tinha apenas me derrotado - ela havia feito isso com facilidade.
Esse desempenho brilhante era resultado de 15 minutos diários de treinamento.
Antes de escrever esta reportagem, tive de procurar de novo o nome de minha oponente. Ela, provavelmente, ainda se lembra do meu.
fonte: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/06/150601_brain_trainning_japan_mv#share-tools

sábado, 6 de junho de 2015

Os limites da alimentação

Não é porque você é adepto de um determinado tipo de alimentação que seus filhos obrigatoriamente devem seguir o mesmo. As necessidades nutricionais de uma criança são diferentes das de um adulto.



Justiça italiana obriga mãe macrobiótica a dar carne para filho

Vegetais | Foto: Getty
Regimes alimentares dos filhos são centro de polêmicas entre pais separados, segundo advogados
Na Itália, cada vez mais a alimentação dos filhos é caso de Justiça. Uma recente decisão do Tribunal de Bergamo, no norte do país, obrigando uma mãe a modificar a dieta macrobiótica do filho, acendeu o debate sobre o controle de regimes alimentares de filhos de pais separados.
De acordo com o jornal L'Eco di Bergamo, a ação foi movida pelo pai de uma criança de 12 anos contra a ex-mulher, adepta da dieta macrobiótica (alimentação rica em cereais e legumes). Com a decisão, a mãe deve incluir carne na refeição do filho ao menos uma vez por semana. Já o pai se compromete a não dar carne mais de duas vezes nos finais de semana em que estiver com a criança.
"Cada vez mais, em casos de separação e divórcio, os filhos são o centro de polêmicas e acabam sendo instrumentalizados pelos pais. A questão alimentar, que é particularmente delicada, é uma delas. É um fenômeno que tem ocorrido com maior frequência", diz à BBC Brasil o advogado Carlo Prisco, especialista em questões relacionadas à alimentação vegetariana (que exclui carne) e vegana (priva de qualquer substância de origem animal).
Apesar de ser uma ordem judiciária, a decisão de Bergamo não é tecnicamente uma sentença, é um acordo entre as partes, orientado pelo juiz. "Quando os pais separados divergem sobre o regime alimentar dos filhos, na maioria das vezes os vegetarianos ou veganos acabam cedendo à pressão para evitar maiores conflitos", afirma o advogado.
Já o caso contrário é mais raro, segundo o advogado.
"É difícil ver alguém entrar na Justiça para garantir a alimentação vegana aos filhos. A maioria se sente desencorajada."
Prisco vê como preconceituosa a posição de muitos médicos e juízes em relação à alimentação vegetariana ou vegana.
"A maioria tende a deduzir que a alimentação onívora (que inclui indiferentemente substâncias animais ou vegetais) seja a mais saudável por conter mais alimentos. Acreditam, erroneamente, que o melhor genitor é o que oferece mais comida. Além disso, o simples fato de se declarar onívora ou vegana, não significa que a pessoa se nutra, efetivamente, de forma correta e equilibrada."
Mas as disputas relacionadas a regimes alimentares não acontecem apenas em família. Contratado por um casal vegano, o advogado está acompanhando o caso de uma criança de quase dois anos de idade cujo pediatra, após constatar que o peso e a altura estavam pouco abaixo da média e que o paciente seguia a dieta dos pais, advertiu os serviços de assistência social.
A perícia de um segundo médico, contratado pela família, certificou que o menor não apresenta problemas de desenvolvimento.
"Muitas vezes o estado de saúde da criança é determinado apenas com base na rapidez do crescimento. Outros fatores, como exames de sangue, ausência de patologias e o fato de que não seja obesa não são levados em consideração", afirma Prisco.
Ele também move uma ação no Tribunal de Bolzano contra um jardim de infância que, apesar de oferecer um cardápio alternativo à dieta onívora, como determina o Ministério da Educação, exige que cada mãe que optar pela dieta vegetariana para o seu filho apresente regularmente certificados médicos da criança.
"Acreditamos que se trate de uma discriminação. A previsão é de que a sentença seja divulgada no próximos dias. Se vencermos a ação, outros pais poderão basear-se nesta decisão."

Mudanças culturais

Para Annamaria Bernardini de Pace, uma das advogadas de Direito de Família mais conhecidas da Itália, a alimentação dos filhos é e sempre foi motivo de briga entre pais separados ou divorciados.
"Do mesmo modo como discutem para decidir entre escola pública ou particular, curso de inglês ou de alemão, férias na praia ou em montanha, se frequentar ou não as aulas de religião, eles questionam muito a dieta dos filhos. Há quem tema a obesidade e acuse o outro genitor por deixar os filhos comerem demais, há quem se preocupe que as filhas façam regime quando estão com a mãe e possam tornar-se anoréxicas", disse à BBC Brasil.
A decisão do Tribunal de Bergamo, segundo a advogada, demonstra que problemas deste tipo existem. "A dieta normal é a onívora. As outras formas de alimentação, como vegetariana, macrobiótica, são escolhas minoritárias e nem sempre são aceitas pelo outro genitor."
"As pessoas devem ter a liberdade de escolha, mas quando os pais não conseguem entrar em acordo sobre a alimentação dos filhos menores é o juiz quem deve intervir, baseando-se no parecer de médicos, psicólogos ou outros especialistas", afirma.
"Não existe um preconceito contra quem não segue a dieta normal", diz a advogada. "Até porque muitos juízes são vegetarianos."
fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2015/06/150604_mae_dieta_filho_ez_cc#share-tools